O trabalho é um negócio que não permite o ócio
Não trabalhar dá muito trabalho
Constatar a verdade fica impossível
Pois desvendar a mentira já em muito custoso
De
Pois meu ser inocente é suficientemente enganoso
O trabalho do cozinheiro é o alho
O trabalho do personal trainer, eu que malho
O trabalho policial é do espantalho
O trabalho político, dar migalha
Mas a gargalhada que dou me tira do sério
Seria melhor se fosse sozinho, mas rio o riso do império
Ferida fincada que fica velada, filha hegemônica de um rio de impropérios
Nossa sensibilidade política, proporcional à banalidade crítica
Ouço a crítica, ensaio a peça, dou uma fitada no roteiro
Com a ideia do espetáculo, me estranho com o que vejo
Viveria já tão bem irrefletido e sem espelho
Mas acabo de notar o quão a vida anda um tédio
Agradecimentos especiais ao Cráudio Milho e Iná Camargos