Sinto Muito





Sinto muito
Por ter de ser radical
Se minha fala não é macia
Se acabei com o teu astral



Sinto muito os maus tratos
Sinto na pele todo dia
Sinto sempre
Não é de hoje



Sobretudo, sinto muito indignação
Sinto que esgotou toda a minha paciência
Sinto muita coragem pra dizer que tomei ciência
E com tanta sensibilidade
Senti que já é hora de gritar a verdade


Sinto muito se o jeito é ser bruto
Sinto muito desprazer em ter que ficar puto
Sinto muito pois não posso ser inconsequente
Quando a minha classe é agredida moralmente
E se fazer de bobo mata o ser em ti que sente
E teu sentir consente com aquele que mente


--//--


Quer pagar o preço por ser comunicativo
Quer pagar o preço por ser entendido
Mesmo correndo o risco de mal entendido
Mesmo tendo de engolir o teu orgulho estendido?


Isso não é aventura
Isso é tarefa só pra nego duro
Se na tua coragem, tu der algum furo
Não adianta malandragem,
Pois uma pequena verdade
Põe um monte de mentiras em apuros





Qual o seu programa para essas eleições?


    Tobias Baderna, 50777 (Poemas de Campanha)
com Monique para prefeita, 50


Tenho visto candidato
Que é candidato pra si mesmo
Uns não contam de onde vieram
Pois trabalharam no governo

Outros nem falam o que defendem
De boca fechada, muitos não mentem
Mas traem o povo, assinando em baixo
Da candidatura de gente que não é pela gente

Não duvido que entre eles haja
Gente pra além de muito competente
Muitos que sabem ludibriar o povo
Pra roubar direitos, e com costa quente

Não tive escolha a não ser ver diferente
Pra ter alternativa ao que aí está
Tomei partido de alguém competente
Que toma partido do povo,
com um programa pra já: programa do PSOL-Contagem


Conselho Popular para um Político


    Tobias Baderna 50777, poemas de campanha







Me diz em tua campanha
Quem é que te acompanha

Me diz sobre o teu passe
Se precisou de um disfarce
Para ser aceito no meio da trama

Se alguém tu engana
E outros deixa desenganados
Fica atento com aqueles
Que não caíram nesse papo

Pois quando diz que as empresas
Estão com a corda no pescoço
Por isso devem ser liberadas
De enormes dívidas
Sem fazer nenhum esforço

Levam ao fundo do poço a prefeitura
E com ela os serviços que ao cidadão a lei assegura
Fazendo parecer as reclamações como se fossem injúrias
Quando não há espaço pra atendimento na UPA
Chegando a ter macas do lado de fora
As contas do estado salvas às custas do cidadão que você explora

Lá fora, se isso fosse dito, diriam é fantasia
Nem sei se seríamos mesmo levados a sério
Quem iria acreditar que em certa cidade se proibiu
Até o professor já explorado, com um salário de miséria
Não poder nem merendar nas escola
Isso é acelerar nosso caminho para o cemitério

Como se não bastasse tamanha desconsideração
Mostrando que verba estatal não merece ser gasta coma a população
Faz ainda uma obra que põe o pedestre na contramão
Sendo impedido de avançar em direção ao templo da consumação
Que na guerra do consumo, não há passagem para o cidadão
Que tente atravessar a pé uma trincheira, feita com o suor de um imposto vão

Ah, mas se você que não questiona nem pergunta nada a mim cidadão
Ah, se ao contrário de meu voto, me pedisse um conselho para tua gestão
Te daria sim um conselho, para saúde e educação
Um conselho de amigos, que querem teu sucesso, não tua corrupção
Um conselho para as ruas, para as escolas, para os batalhões
Ah, se você quiser ao menos um conselho, veria que um conselho é pouco
Pra quem governa multidões
Eu lhe daria vários, vários conselhos populares
De modo a não ter como trair mais os anseios se tantos corações



Sonho Coletivo



A cidade é um sonho coletivo
Que nós construímos com os amigos

É o nosso lugar
Vamos nos juntar
Que cada passo seja em conjunto

A cidade é um sonho coletivo
Que nós construímos com os amigos

Não importa o esforço
Quando a luta é de todos
Temos fé em nossos ideais

Quem ama a cidade
Faz tudo o que pode
Para a vida do seu povo melhorar



Depoimento de um tolo

 Tobias Baderna, agosto, Contagem

Eleitor de Contagem, me ponho a disposição para trabalhar como vereador, meu número é 50777. 
Trabalho para a Monique Pacheco para prefeita, pelo PSOL, número 50. (^-^)



Se há algo nessa política que não consigo compreender
É porquê que pobre num enriquece, só é desmerecido pelo poder
A não ser que entre em conchaves, ande armado ou a se vender
Na verdade não há muito o que este pobre tem pra escolher
Se sua sina foi marcada, no volante do ônibus ou no cabo da enxada
Não há vida mais ingrata do que viver pra trabalhar
Sem esse trabalho lhe dar o suficiente pra comer

É feijão mais caro que carne
É alarde sobre o que nem existe
Pra tirar nossa atenção
E a gente ficar sem nem um palpite
Sobre o que andam fazendo com nosso dinheiro
Se apropriando dele, alimentando as elites
Há se eu pudesse arriscar meu palpite

Diria que sou mesmo tolo
De não me ver revoltado
Contudo que vejo de errado
Mas dou aqui um depoimento
Que se a gente depor o governo
Assim mesmo, só vai mudar algo
Se o povo não esperar sentado



Cidade de Quem


    Tobias Baderna, 50777 - PSOL, agosto de 2016



Muito dinheiro na política,
    numa cidade sem dinheiro
Muita sujeira assassina
Que nos entorpece o dia inteiro



Muita desgraça
Muita fome
Muita incompreensão
Nos deixamos caminhar sozinhos
Deixados ao léu
    em uma multidão



Fascinação
    é a nossa indecisão
Perante um capitalismo
Que não capta nossa capacidade humana
De nos manter irmãos



Aos Guerreiros Anônimos do Dia-A-Dia


-    -    -    Tobias Baderna        -    -    -
- para eleitores de Contagem, 50777 -



Justiceiros terceirizados?
Não obrigado
Meu bloco é de rua
Sarau é de praça
Pensar é de graça

Não sei de sua graça
Mas não me venha
Com festivais de abóbora
Pois essa cidade precisa
Dar uma atualizada

O mundo gira
Como é que podemos
Conseguir ficar parados?

Tua estagnação
É uma façanha tamanha
Com certeza muito coerente
Com interesses desalmados

Para!
Não disfarça
Que a farsa é ridícula
Vosso povo bem vê
Mas logo se cala

Mas cansaste seu povo
Com horas de espera
Nas repartições
Nos mercados
Nas trincheiras que travamos
Uma guerra financeira tão ingrata

Não me admira
Vosso povo não se dizer ser mais seu
Jogar fora os cabrestos
Desfazer as amarras
De acordos funestos
Que até a presente data
Nos levou somente do nada pro nada