[Título da postagem]

Esta é uma postagem sem título e sem conteúdo
Melhor dizendo, este é um rascunho
Esquecido, não sei se a meses ou a anos
E o que se fazer de uma página em branco

Como não sou amante da ignorância
Não suportaria jamais ignorá-la (olha o drama)
Rejeitá-la, deletá-la, esquecê-la
Não, pois que também é digna de memória

A página que se manteve em branco
É o homem que não virou demônio nem santo
(ouço tiros, repentinos, foram três)
E eis que qualquer coisa incide sobre uma página em branco

É a inocência, na mais calada flor da mocidade
E a idade de um artefato antigo, não descoberto
É o deserto, que ainda está por ser povoado
É todo o imaginário divino, cuja honra ao mundo não fora concedida

É a história que espera por acontecer
Espera por atores, espera por detalhes
É a expectativa em pessoa
É a gema, que não é joia, mas já pode ser rara

Toda página que espera por uma tinta
É como esta que hoje achou alguém que digita
Contemplação de infindáveis horas vagas, eis o Branco realista
Sempre haverá para cada qual uma companhia em vista

Do Sonho



Neste mundo
Onde fazemos de tudo
Muito do que fazemos
Fazemos por que sonhamos

Mesmo que a realização não seja
A concretização daquele sonho
Sem sonho
Não fazemos nem macarrão sem molho

Mesmo no dia que sonhar faz diferença
Lembramos que o sonho é difícil
Dá trabalho, é ardiloso
E se sonhar não fizesse diferença:

Faríamos com certeza algo mais fácil
Sempre há alternativa mais cômoda
Sempre podemos fugir de um embaraço
Que está no nosso âmago, por sermos humanos

Ser humano quer ter satisfação
E se não tem por culpa do outro
Vem tirar satisfação
Mas se não tem por preguiça própria...

O ser humano engasga
Quando na roda de contar o sonho do dia
Percebe que vai dormir igual uma tábua
E acorda rápido pra não se lembrar de nada

E neste mundo onde só se sonha dormindo
Sonhar acordado vira desafio
Peleja dos sonâmbulos que dão vazão a desejos
Desacordados da ordem do dia

Mesmo quando não chegamos lá
Quando o que queríamos ficou na outra esquina
Vale saber que fez diferença,
Sonhar, pois sem nem o sonho, é encarar a cada aurora

Tua própria indiferença

Em Afeto




Quero te sentir
E sei, com teu carinho
Sentimento irá vir
Consentindo o porvir

Quero te permitir
Quero deixar-te entrar
Nosso elo será pleno encontro
Sentimento consentindo estar

Aceito ser arrebatado
Pelos sentidos e pela razão
Ser levado pra onde for que seja
Pra qualquer canto dessa imensidão

Venha sem temer o êxtase
Nos guiaremos para longe do não
Que despreza o prazer da vida
Nosso êxtase será comunhão

Não espere que haja encantamento
Ou se houver, não se surpreenda
Considere apenas o que está a fluir
Considere o que não espera