[Título da postagem]

Esta é uma postagem sem título e sem conteúdo
Melhor dizendo, este é um rascunho
Esquecido, não sei se a meses ou a anos
E o que se fazer de uma página em branco

Como não sou amante da ignorância
Não suportaria jamais ignorá-la (olha o drama)
Rejeitá-la, deletá-la, esquecê-la
Não, pois que também é digna de memória

A página que se manteve em branco
É o homem que não virou demônio nem santo
(ouço tiros, repentinos, foram três)
E eis que qualquer coisa incide sobre uma página em branco

É a inocência, na mais calada flor da mocidade
E a idade de um artefato antigo, não descoberto
É o deserto, que ainda está por ser povoado
É todo o imaginário divino, cuja honra ao mundo não fora concedida

É a história que espera por acontecer
Espera por atores, espera por detalhes
É a expectativa em pessoa
É a gema, que não é joia, mas já pode ser rara

Toda página que espera por uma tinta
É como esta que hoje achou alguém que digita
Contemplação de infindáveis horas vagas, eis o Branco realista
Sempre haverá para cada qual uma companhia em vista

Nenhum comentário: