Simples tentativa de descobrir os espaços no que é dito, visualizar por onde os sons ecoam e extrair-lhes o silêncio.
Escombros de uma dialética
Escuta
Me escuta
Conversa não pode ser disputa
Onde você sempre tenta me botar numa sinuca
Malha que não se sustenta
Enquanto agente se enfrenta
No meio do caminho o fio se arrebenta
Fica então o desafio
Não deixar o carro sair do trilho
Olhos que se olham já não compartilham o brilho
Frutos secos de um diálogo semeado no vazio
Como poderia ser, se em meados da história
Um deixou de ouvir o outro, seus miados de revolta
Calando com seu juízo, emendando a memória
Com o que cada um acha dos atos, emudecendo os fatos
Parto ressabiado da indecisão
Enfesando a impaciência que resta
Pio uma palavra a cada passo
Ventos abalam o meu retorno
Luta que insiste na escuta
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