Santa Iva

E ela é Iva. Santa, Santa Iva! Santinha da Silva. Ivana é joia sem dono, uma joia com vontade própria que ronda o mundo. Conquista olhares que não lhe conquistam, guarda os afetos em capítulo à parte, mulher de várias histórias mas sempre a mesma face. Sempre cede ao desejo alheio, como terra cativa que espera por centeio. Líquida, em metamorfose cálida, se deforma, se conforma, contornando cada inócuo vale.

O mundo está aos seus pés, por isso não se prende, traslada pelos cantos da terra, libertina e inconsequente. Fiel a si mesma, nunca se desmerece, não se enaltece, nem se desfalece. Mira o horizonte, em toda sua circularidade, e não enxerga ninguém abaixo ou acima de si. E passa o rodo! Tipo aguadeira em cultura antiga, mas intempestiva.

É uma mãe na terra com coração de mar. E é uma sede de nunca se saciar. Brisa que vai com o vento temporã. Provê com prazer todos que lhe agrada socorrer, guardando a sorte fortuita de ter sempre a oferecer. É chama que se exibe, vitimando olhares com imagens voláteis. É luz de lascivo brilho, sorriso airado, olhar lúbrico, que não ofusca, hipnotiza e alucina. É anti-rotina, adrenalina, convite impúdico a se encher de graça, ela é Ivana, a nossa Santa Iva.

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