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Te convido a uma viajem
Que não é viajem sem volta
É realmente viajem sem destino
Viajemos pro desconhecido

Pro desconhecido em mim
Pro desconhecido em ti
Pro não estabelecido
Pro chão ainda não percebido

Caminhar descalço
No encalço do perigo
Com o medo amigo
Sem fugir da sombra
Que irá nos seguindo

Faremos graça
Da desgraça
Que de outro modo
Ela nos abraça

Andaremos em voltas
Ou daremos reviravoltas
Sei que não teremos escolta

A nos seguir, teremos o calor
Hora o frio
A nos acompanhar
Sempre o ombro amigo
A nos solicitar
Estará o passado
No nosso encalço
Mas tomemos de bom grado
Ainda melhor do que ele nos abandonar
Pois sem futuro também estaríamos
E o presente só
Não é nada mais que um laço
Preso ao nosso calcanhar
Nos pondo a andar amarrados

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